domingo, 8 de janeiro de 2012

Dois Péletras no Caminho de Fátima









No dia 9 de Dezembro, dois Péletras atingiram o seu objetivo de chegar a Fátima a pé. Magu e Sakanito estavam a fazer o caminho por etapas, tendo nos dias 8 e 9 concluído as duas últimas: de Pombal a Leiria e de Leiria a Fátima. Foram mais de 200 km de emoções várias, de bolhas e dores nos pés, de cenas hilariantes e perigos vários, enfim, histórias de que muita gente é protagonista neste caminho, mas que aqueles que aliam o gosto por caminhar ao cumprimento de uma promessa, encontram ao longo dos quilómetros que vão vencendo, motivos de interesse e observação que passam despercebidos ao comum dos peregrinos.
Momentos como aquele em que, cansados e desejosos de um cafezito entram num bar de beira da estrada e, pelo aspeto acolhedor do interior e pelas meninas de saias curtas e pinturas “de guerra”, desde logo concluíram tratar-se de um bar de “engate”. Sem perderem a compostura, beberam o seu café, a Magu utilizou os sanitários e agradeceu seriamente quando uma das meninas lhe colocou a mão no ombro e disse com simpatia “Vão para Fátima, não é? Então que Deus os acompanhe”. De facto, temos uma pontaria!... (riram-se depois de saírem).
E aqueles polícias de trânsito que vêm ao seu encontro, param a viatura e lhes dizem: “Vocês não podem andar nesta via…”. “Então porquê, senhor agente?”. “Porque é uma via rápida, proibida a peões”. “Desculpe, não nos apercebemos disso… e agora, sr. Agente?” Quando já pensavam que iriam pagar caro a transgressão, um deles lá disse que “…agora o melhor é continuarem, mas com muito cuidado pois esta estrada é muito perigosa”. Tinham mais de uma hora de caminho para sair daquela via rápida. Os polícias foram de facto muito simpáticos e sem dúvida que aquela via era pouco indicada para peões. Só que, caminheiros mais habituados à montanha, por vezes não reparam nos sinais de trânsito…
Locais que despertam o nosso sentido histórico, como a Ponte Medieval sobre o rio Marnel, na freguesia de Lamas do Vouga, Águeda, cuja fundação se julga remontar ao período romano, seculo II, e acreditando-se que seria neste local que a via romana, no troço de Emínio (Coimbra) a Cale (Gaia/Porto), fazia a travessia.
Cidades plenas de história, vida e movimento, como o Porto, Coimbra, Leiria… para além das aldeias sem história, mas com gente com muito que contar; e gente muito prestável como aquela senhora que lhes grita da porta de sua casa “Vão para Fátima? Então cortem por ali, por aquela estrada que vai por Sta. Catarina da Serra. Sobe um bocadito, mas vocês poupam uma hora de caminho. As pessoas normalmente não conhecem, mas eu estou atenta e indico-lhes esse caminho, mais curto e menos perigoso”. Pessoas atentas e sempre prontas a ajudar.
(Mas de facto era uma subida jeitosa!...)
Enfim, um caminho para se fazer, com todos os sentidos despertos…

1 comentário:

  1. Olá!!
    Gostei da reportagem...principalmente do cafézinhooo...divinal!! ;)

    bjnhs e abracinhs
    Carlota

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