Participantes: Jane, Carlota
Data: 15 de setembro de 2012
Distância: 11 kms
Dificuldade: fácil
Mais um fim de semana de calor!!
Quais os PéLetras resistentes?
Carlota e Jane... mais a Carlota porque a Jane anda lesionada :)
A temperatura exigia um trilho com água. Nada melhor que regressar às Fisgas do Ermelo na serra do Alvão.
O percurso é idêntico a um que fizemos há cerca de 2 anos. Mas trocamos as voltas!Começamos o trilho em Varzigueto.
Seguimos pelo estradão à esquerda da aldeia e em direção ao pequeno bosque. Ainda corria um pequeno vento...
Ao longe o monte Farinha encimado com a Srª da Graça que nos faz logo lembrar a Volta a Portugal em Bicicleta, certo?!
Cruzamo-nos com uns estrangeiros que mostravam bem que não estão habituados ao nosso sol!!
Rapidamente fizemos 7 kms e chegamos às fragas íngremes do Alvão.
Decidimos não ir ao tradicional miradouro.
Ao fundo ouvia-se o rugir da água! Ah...as vertigens!
Contornamos as fragas...cuidado...pé ante pé...para não escorregar!
Mais uma foto...mas o sol está mesmo em frente para estragar...boa!
Avançamos por um pequeno trilho que contorna a última escarpa e... cá está ele, o rio Olo... a cascata de Fisgas do Ermelo... com as suas lagoas naturais!
Agora vamos a banhos... :)
A cascata de Fisgas do Ermelo é das maiores quedas de água de Portugal e uma das maiores de toda a Europa, não se precipitando de forma vertical absoluta, fá-lo através de uma grande barreira de quartzitos formando um profundo socalco.
O desnível desta cascata apresenta mais de 200 metros de extensão cavados ao longo dos milénios da sua existência pelas águas calmas do rio Olo que nasce no Parque Natural do Alvão.
Pois ... paisagem natural única...mas...
Infra estruturas de apoio? Não há!
Percurso pedestre sinalizado? Não há!
Mais um património natural a pedir atenção neste país que não valoriza o que tem!!
Ermelo, Marão, 2 de Outubro de 1959 - Cá me vim debruçar também sobre o despenhadeiro das Fisgas, com os pés seguros pelos companheiros por causa das vertigens. E apreciei devidamente este misto de espanto e terror. A contemplação dos abismos naturais é necessária de vez em quando a quem tem a atracção dos outros. Toma-se consciência, com rigor físico, das asas que nos faltam para estar à altura da máxima de Nietzsche…
Miguel Torga, Diário VIII (1959)